
16 Ago Li Furtado
LI FURTADO | EMPRESÁRIA
Uma pessoa determinada. Assim se define Li Furtado, heterónimo que usa online, Cátia para os amigos. 36 anos, natural de Ermidas-Sado e mãe da pequena Maria Clara, de apenas 1 ano. Em 2012 fundou a CINCO, uma marca de jóias minimalistas feitas à mão a partir de Coimbra. Numa Era completamente dominada pelas redes sociais, reconhece que o maior desafio deste projecto é estar activa num mercado que é global e que muda a cada segundo, para além da gestão de clientes de países tão diferentes como a Coreia do Sul, a Alemanha ou os Estados Unidos da América. O projecto surgiu da enorme paixão pela indústria da moda mas não, nunca estudou joalharia. Na verdade, o percurso da fundadora da marca portuguesa é bastante curioso porque é licenciada em Geografia e tem um mestrado em Planeamento do Território. Chegou a trabalhar durante 11 anos como consultora mas, o que começou como uma brincadeira enquanto blogger, tornou-se, em poucos anos, num negócio à escala mundial.
– Como é um dia perfeito para ti?
Acordar nas calmas, tomar o pequeno-almoço a três, trabalhar, almoçarmos juntos, trabalhar – confesso que neste momento o trabalho é super desafiante -, e às 5h da tarde estarmos livres para passear ou lanchar.
– Qual a melhor invenção de sempre?
World Wide Web.
– Qual a tendência que não faz qualquer sentido?
Nenhuma.
– Que tendência gostarias que voltasse?
Estamos sempre a puxar as tendências antigas, por isso, quero ficar com uma quota de responsabilidade. Gosto de pensar que, ao nível da joalharia, é uma busca daquilo que se usou no passado, nos anos 60, 70, 80.
– Qual o objecto que continuará na moda, mesmo que o tempo passe?
Se fosse uma cor, diria preto…Os loafers.
– Qual o melhor dia do calendário?
Cinco!
– Se alguém narrasse a tua vida, quem gostarias que fosse?
Uma amiga minha, uma pessoa que me conhecesse bem.
– Se pudesses telefonar a qualquer pessoa no mundo e falar durante uma hora, quem escolherias?
O meu pai.
– Qual foi a peça mais cara que já compraste?
Uma Chanel 2.5 5.
– Qual o último concerto que viste em Coimbra?
Jorge Palma.
– O que é que te inspira?
As pessoas no dia-a-dia.
– Qual a palavra mais engraçada da língua portuguesa?
Saudade.
– Não sais de casa sem?
O telemóvel.
– Se tivesses de mudar para outro país mas só conseguisses levar uma mala de mão, o que levarias?
Computador, telemóvel, carregadores, batom, base, sapatos e alguma roupa.
– Quando precisas de paz foges para onde?
Para casa.
– Que série ou filme te recusas a ver?
Nenhuma. Vejo todas as séries da Netflix. A última foi a Sex Education.
– Se tivesses de ficar fechada numa série de TV durante uma semana, qual escolherias?
Teria de ser uma série sobre investigação. Homeland – Segurança Nacional.
– O que mais te preocupa na sociedade moderna?
A falta de tempo que as pessoas têm e o tempo gasto em coisas que não são uma prioridade.
– Normalmente, chegas cedo ou tarde?
Um bocadinho atrasada.
– Qual foi a tua última pesquisa no Google?
Uma marca de roupa norueguesa. Uma peça para a CINCO usar nas sessões.
– O que pensas sobre as redes sociais?
São um mote inacreditável. Eu acho é que hoje em dia elas são um bocadinho diabolizadas, tal como o consumo. Parece que, de repente, já não podemos consumir, precisamos de ser mais sustentáveis. Mas depois esquecemos que há toda uma economia que gira à volta disso. As redes sociais são incríveis porque deram poder a muita gente que à partida não tinha poder. Comecei há uns bons anos com 200€ e foram as redes sociais que me projectaram. Estamos os dois em casa com a nossa bebé e conseguimos gerir um negócio na mesma.
– Podias ficar horas a…?
Não fazer nada.
Associa palavras
destino – Nova Iorque
música – Sinnerman, de Nina Simone
infância – Alentejo
sonho – CINCO
pessoa – a minha filha, Maria Clara
cinco – realização
som – O meu cão, Zaza
livro – O Livro do Desassossego (Fernando Pessoa)
cidade – Coimbra
país – Portugal
Preferias ser transportada permanentemente 100 anos para o passado, ou 100 anos para o futuro?
Futuro, sem hesitar. O que somos hoje é fruto do nosso passado, da herança cultural que transportamos, e isso já conhecemos, já absorvemos. Agora, no fundo, estamos a reinventar, por isso quero ver o que aí vem
Fotografia: João Azevedo
Texto: Célia Lopes.

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